HISTÓRIA DA RECONEXÃO
A partir de Los Angeles, Eric Pearl tem suscitado um grande interesse de médicos de renome e investigadores de todo o mundo, incluindo um dos hospitais mais bem cotados nos Estados Unidos, um Instituto do Trauma, um Centro de Trauma Espinal e uma Universidade de Medicina.
Antes do aparecimento súbito das suas capacidades menos tradicionais de cura, o Eric estava à frente de uma clínica de quiroprática de sucesso durante 12 anos. Em Agosto de 1993 descobriu que tinha sido abençoado com um dom fora do comum. Depois de 12 anos a exercer quiroprática, tornou-se subitamente um veículo de cura de outro tipo: um condutor através do qual a energia da cura flui.
Apesar de Eric andar demasiado ocupado a gerir a clínica, muitos são os que testemunham, nos seus seminários e sessões privadas, a cura de doenças, como tumores malignos, doenças relacionadas com a SIDA, Fadiga Crónica, malformações congénitas e deformações ósseas.
Durante as décadas de 80 e 90, Eric Pearl, com o diploma de Doutor de Quiroprática pelo Colégio de Quiroprática de Cleveland, Los Angeles, estava à frente de um dos maiores centros de quiroprática de Los Angeles. Muitas vezes apelidado de “Quiroprático das Estrelas”, ele adquiriu o status de médico de enorme sucesso. Tendo aprendido com verdadeiros mestres, como o Dr. Virgil Chrane e o Dr. Carl Cleveland, o Eric Pearl, além das técnicas de quiroprática convencionais, incorporou também técnicas puras e originais já perdidas da quiroprática.
Tanto num meio informal como em clínicas, os pacientes (e médicos!) testemunharam resultados das curas que ocorrem quando o Eric simplesmente mantém as suas mãos próximas deles.
Porquê eu? Se eu estivesse sentado numa nuvem à procura, no planeta, da pessoa certa para oferecer um dos presentes mais raros e procurados no Universo, não sei se teria vasculhado para lá do etéreo, apontado o meu dedo através das vastas multidões – os pastores, os donos de lojas, os moralistas e os certinhos – e apontado: “Aquele! É aquele! Dá-lhe a ele!”
Talvez não tenha acontecido exactamente assim, mas é assim que parece. Excepto quando não parece. Quero dizer, excepto quando alguém aparece com uma explicação inteiramente diferente e plausível. “Oh, não”, exclamará alguém bem intencionado, incrédulo da minha falta de compreensão de como funciona o Universo – “é claro que já fizeste isto em vidas passadas.” Aquilo que eu quero saber é isto: como é que esta gente sabe tanto das minhas vidas passadas, quando eu próprio ainda mal compreendo esta?
Quer dizer, vamos ser realistas. Passei 12 anos a construir uma das maiores, se não mesmo a maior, clínica de quiroprática em Los Angeles. Tinha 3 casas, um Mercedes, dois cães e dois gatos. Tudo pareceria perfeito se eu não tivesse esbanjado o meu dinheiro e álcool o suficiente para dar cabo de um relacionamento de seis anos, uma situação que me deixou literalmente incapaz de colocar um pé à frente do outro durante 3 dias. O Prozac contribuiu para esta situação. E bastante.
Seis meses mais tarde estou a passear em Venice Beach, California, com a minha assistente, que insiste que eu faça uma leitura de cartas por alguém que está na praia. “Eu não quero que uma pessoa na praia adivinhe o meu futuro,” respondo eu com absoluta determinação. Se ela fosse assim tão boa com cartas as pessoas iriam até ela; não estaria a arrastar uma mesinha pela praia, uma toalha, cadeiras e toda a parafernália para um passeio de praia cheio de gente para revelar a turistas crentes a sua versão do futuro para cada um deles, esperando ser paga pelo privilégio.
“Eu conheci-a numa festa e disse-lhe que viríamos aqui. Sentir-me-ia agora mal se não fizéssemos uma leitura” respondeu ela sem pestanejar, adicionando que a mulher fazia leituras de 10 e 20 dólares. Bastou-me olhar uma vez para a minha assistente para ficar a saber que continuar a protestar não surtiria qualquer resultado. “Está bem”, resmunguei, tirando uma nota de 10 dólares, sabendo que era metade do dinheiro que tinha para pagar o almoço. Caminhei respeitosamente até à mulher, sentei-me na cadeira, dei-lhe 10 dólares e fiquei a pensar na fome que tinha naquele momento.
Em troca do meu dinheiro, recebi uma leitura de eventos presentes sem qualquer relevância e fui apelidado de “Bubelah” por aquela cigana judia. Ela continuou, afirmando: “Há um trabalho especial que eu faço através de linhas axiotonais. Reconecta as tuas linhas dos meridianos às redes do planeta que, por sua vez, nos conectam às estrelas e a outros planetas.” Ela disse-me que era capaz de fazer isto e que, eu como curador, precisaria que me fosse feito. Acrescentou que eu poderia ler sobre o assunto num livro intitulado O Livro da Sabedoria: As Chaves de Enoch. Soou-me particularmente apelativo e, por isso, fiz-lhe a pergunta: “Quanto custa?” Ela respondeu: “Trezentos e trinta e três dólares.” Ao que eu respondi: “Obrigado, mas não obrigado.”
Este é o tipo de situação que se vê nos noticiários. Era capaz de ouvir os murmúrios dos jornalistas: “Cigana judia em Venice Beach apanha 333 dólares a um quiroprático crente.” E imaginar a minha fotografia com a palavra “Palerma” na legenda ” … convence médico a pagar-lhe mais 150 dólares por mês para o resto da vida para acender velas que o protejam.” Sinto-me humilhado só de pensar no assunto. Assim, eu e a minha assistente afastámo-nos e passámos a dedicar-nos a uma maneira criativa de desfrutar de um almoço para dois por 10 dólares.
Poderia pensar que a história termina aqui, mas a mente trabalha de maneiras misteriosas. Não conseguia tirar a ideia da cabeça. Dei por mim a tirar os últimos minutos do intervalo do almoço para ir à livraria Bodhi Tree, na tentativa de ler rapidamente o capítulo 3.1.7. do Livro da Sabedoria: As Chaves de Enoch. Este capítulo fala das tais linhas axiotonais. A maior lição daquele dia é que se havia livro que não podia ser lido rapidamente era aquele. Mas li o suficiente. E isto iria perseguir-me até eu ceder. Atirei-me à caixa dos biscoitos.
O trabalho é feito em dois dias, em dias separados. No primeiro dia, dei-lhe o meu dinheiro, deitei-me numa marquesa e dediquei-me a ouvir a minha mente a murmurar: “Isto é a coisa mais estúpida que alguma vez fiz.” Não posso acreditar que dei $333 a uma perfeita estranha para que ela pudesse desenhar linhas no meu corpo com as pontas dos dedos. Enquanto estava para ali deitado a pensar em todas as coisas boas onde poderia ter gasto esse dinheiro, fui atingido pela voz repentina da minha intuição: “Bem, já lhe deste o dinheiro. O melhor é parar com essa conversa negativa e abrir-te para receberes o que quer que seja que haja para receber”. Fiquei então muito quieto, pronto e receptivo. Não senti nada. Absolutamente nada. Mas, pelos vistos, eu era a única pessoa na sala que sabia isso. Como tinha pago as duas sessões, regressaria no Domingo para a segunda parte. Contudo, uma coisa estranhíssima aconteceu nessa noite. Cerca de uma hora depois de me ter deitado, o candeeiro próximo da cama – um candeeiro que tinha há mais de 10 anos – acendeu-se e eu acordei com a sensação bastante realista de que havia pessoas em minha casa. Vasculhei a casa com o meu doberman, uma faca de cortar carne, e uma lata de spray de pimenta, mas não encontrei ninguém. Voltei para a cama com o sentimento estranho de que não estava só, que estava a ser observado.
Para todos os efeitos, o segundo dia começou da mesma maneira que o primeiro. Contudo, muito rapidamente me apercebi que seria tudo menos igual ao primeiro. As minhas pernas não queriam ficar quietas. Tinham aquele comportamento de “perna louca” que pode eventualmente acontecer durante a noite, num acaso singular. Em pouco tempo, essa sensação invadia o resto do meu corpo, ao mesmo tempo que tinha uns arrepios insuportáveis. Era difícil estar quieto na marquesa. Embora quisesse largar aquelas sensações, não tive coragem de me levantar. Porquê? Porque tinha pago 333 dólares e iria obter o que quer que fosse que o meu dinheiro estava a pagar. Só por isso. Em breve estava terminado. Era um dia de Agosto de intenso calor e estávamos num apartamento sem ar condicionado. Eu estava cheio de frio, quase ao ponto de congelar, os meus dentes a bater. A mulher deu-me uma manta onde me enrosquei durante uns cinco minutos até que o meu corpo regressou à temperatura normal.
Agora sentia-me diferente. Não compreendia o que tinha acontecido, nem poderia tentar explicar, mas contudo era uma pessoa diferente de há quatro dias atrás. Deixei-me escorregar para dentro do meu carro, que parecia saber o caminho de regresso a casa.
Não me recordo do resto do dia. Nem seria capaz de lhe dizer se o resto do dia aconteceu. Só posso dizer que no dia seguinte estava no meu local de trabalho. E aqui começa a odisseia.
Era habitual deixar os meus pacientes deitados na marquesa com os olhos fechados 30 a 60 segundos depois de efectuar os ajustamentos no corpo para que relaxassem. Nessa segunda-feira, sete dos meus pacientes, alguns deles eram acompanhados há cerca de 12 anos, e outro que acabara de conhecer perguntaram-me se eu tinha andado à volta da marquesa enquanto eles estavam deitados. Alguns perguntaram se alguém tinha entrado na sala porque tinham sentido a presença de várias pessoas à volta da marquesa. Três deles disseram que a sensação era de pessoas a correr à volta da marquesa, e dois deles afirmaram, um pouco envergonhados, que parecia que as pessoas tinham voado por cima da marquesa.
Era quiroprático há 12 anos e nunca antes alguém tinha dito estas coisas. Agora tinha sete pessoas a dizer a mesma coisa num só dia. Qualquer coisa estava a acontecer. Além do que os meus pacientes me diziam, os meus funcionários faziam-me considerações estranhas: “Parece tão diferente! A sua voz está estranha! O que lhe aconteceu durante o fim-de-semana?” Definitivamente não seria eu a contar-lhes. “Oh, nada”, respondia, perguntando-me o que é que exactamente tinha acontecido durante o fim-de-semana.
Os meus pacientes diziam-me que conseguiam sentir as minhas mãos nos seus corpos antes de eu lhes tocar. Eles conseguiam sentir as minhas mãos a centímetros e mesmo alguns metros de distância. Começou a tornar-se um jogo para adivinhar com exactidão onde eu iria colocar as minhas mãos. Mas depressa se tornou mais que um jogo, à medida que as pessoas começaram a receber curas. Inicialmente as curas eram coisas pequenas: dores, mal-estar e coisas assim. Os pacientes chegavam para receber um tratamento quiroprático, eu fazia os alinhamentos, dizia-lhes para fecharem os olhos e permanecerem deitados até eu lhes pedir para os abrir novamente. Enquanto permaneciam com os olhos fechados, eu passava as minhas mãos por cima deles por alguns momentos. Quando se levantavam e as dores desapareciam, perguntavam-me o que lhes tinha feito. “Nada. E não diga isto a ninguém”, tornou-se a minha resposta padrão. Esta directiva foi tão eficaz como a abordagem da Nancy Reagan às drogas: “Simplesmente diga não”.
Em pouco tempo as pessoas começaram a aparecer de todos os lados para receber estas curas e eu não fazia a mínima ideia do que se estava a passar. É verdade que eu tentava encontrar uma explicação junto da mulher que me tinha reconectado através das linhas axiotonais. “Tem de ser algo que já estava em si. Talvez esteja relacionado com a experiência de quase-morte da sua mãe na altura do seu nascimento,” dizia ela, adicionando: “Eu não sei de ninguém que tenha tido esta resposta. É fascinante.” Fascinante. Aparentemente, fascinante significava que eu estava por minha conta.
No início de Outubro, eu manifestei-me. Eu tinha as minhas mãos por cima de um joelho incomodativo de uma mulher, devido a uma doença óssea na infância. Quando afastei as minhas mãos, o seu joelho estava melhor. As minhas mãos estavam cobertas de pústulas, pequenas pústulas que duraram não mais que três ou quatro horas. Isto aconteceu mais do que uma vez. Sempre que surgiam pústulas, as pessoas dos outros escritórios corriam para ver. (Eu deveria ter cobrado para assistirem ao espectáculo!) Foi então que aconteceu. As palmas das mãos começaram a sangrar. Não estou a brincar. Não eram jorros como nos filmes antigos ou no jornal 24 horas, mas mais como se me tivesse picado num alfinete. Mas não deixava de ser sangue. É uma iniciação! Fui informado pelas pessoas à minha volta. Iniciação a quê? Perguntava eu. E, mais uma vez, como é que eles sabem? Como é que eu não sabia? E quem é que saberia de verdade?
O início da busca.Em Novembro estava eu no escritório de um médium de renome mundial. Sem fôlego, perdido, e 30 minutos atrasado (como sempre), entro a correr, atiro-me para cima de uma cadeira e faço de conta que não vejo o seu “olhar sinistro”. Sabe do que estou a falar, aquele olhar cheio de mestria de pessoas que sofrem de obstipação crónica; o tipo de olhar que nos faz recordar cada sermão do passado sobre nunca chegar atrasado e, em simultâneo, questionar o nosso valor como seres humanos baseado unicamente na aparente enormidade deste único defeito. Tive a certeza de que nos seus dias de folga ele devia andar a peticionar para que o Ministério da Educação permitisse novamente o uso da palavra “besta” dentro das salas de aula. Esta leitura estava perdida, tinha a certeza.
Ele colocou as cartas, como se se tratasse de um contracto negocial, com muito cuidado para não mostrar nem uma gota de calor humano ou compaixão. Olhou para as cartas, depois olhou-me directamente nos olhos com uma expressão meio divertida, ou de admoestação, e perguntou-me: “O que é que você faz?” Bem, eu não sei o que vocês pensam, mas a 100 dólares a hora, eu estava a pensar: “Tu é que és o médium. Diz-me tu.” Controlei-me para não verbalizar os meus pensamentos. “Sou quiroprático,” disse secamente, tendo o cuidado de não dar muita informação que pudesse ajudar a colorir a leitura. (Eu nem sequer lhe tinha dito o meu apelido quando marquei a sessão.) “Não, não é. É muito mais do que isso” disse ele. “Algo surge a partir das suas mãos e as pessoas recebem curas. Você irá aparecer na televisão” continuou ele, “e as pessoas virão de todas as partes do país à sua procura.” Isto era a última coisa que eu esperava ouvir deste homem. Depois ele disse-me que eu iria escrever livros. “Deixe-me dizer-lhe uma coisa” disparei eu, com um sorriso conhecedor: “se há algo de que tenho a certeza é que jamais irei escrever livros.”
Os livros e eu nunca nos demos bem. Até esta altura deveria ter lido uns dois livros, e um deles era para colorir. Mas a vida iria trazer mais mudanças. Médiuns, curadores, e outros do género encontraram-me. De todo o país chegavam, para me informar que lhes tinha sido dito nas suas meditações para trabalharem em mim – e recusar qualquer compensação monetária. A minha relação com o álcool esmoreceu um pouco: um copo e meio de vinho ao jantar, ocasionalmente. Ninguém estava mais surpreso do que eu.
Mas o mais estranho estava ainda para acontecer: a minha dependência da televisão foi interrompida subitamente. Foi substituída, se me atrevo a dizer, por livros. Não conseguia ler o suficiente: Filosofia Oriental, vida após a morte, informação canalizada, e até experiências com óvnis. Eu li, vi e ouvi todos em todos os lugares.
À noite deitava-me para adormecer e as minhas pernas começavam a vibrar. As minhas mãos pareciam estar continuamente ligadas à corrente. Os ossos do meu crânio também vibravam e ouvia um zumbido nos meus ouvidos. Mais tarde, comecei a ouvir tonalidades, e, numa ocasião, aquilo que me parecia ser as vozes de um coro.
E assim foi. Perdi a minha sanidade. Agora tinha a certeza. Toda a gente sabe que quando se perde a sanidade começa-se a ouvir vozes. As minhas vozes cantavam. Em coro. Não era um som repetitivo, uma vocalização suave de fundo, ou um pequeno grupo de vozes. Não, eu ouvia um coro completo.
E que dizer dos meus pacientes? Eles viam cores: azuis, verdes, violetas, dourados e brancos belos e exóticos. E embora fossem capazes de reconhecer estas cores, eles diziam-me que nunca antes as tinham visto. A sua beleza ia para lá daquilo que conhecíamos. Foi-me dito por pacientes que trabalham em televisão e cinema que não só estas cores não existem na terra, mas mesmo utilizando todos os seus recursos e tecnologias que temos hoje, não seria possível reproduzi-las.
E sim, os pacientes viam anjos. Os anjos são algo popular de experienciar, por isso de início não prestei muita atenção às histórias de anjos até as pessoas começarem a descrever as mesmas histórias: os mesmos anjos, as mesmas mensagens, os mesmos nomes. E não estamos a falar de nomes habituais nos anjos, como Miguel ou Ariel, nem estamos a falar de Moisés ou Buda, embora muitas pessoas digam que vêem Jesus. Estamos a falar de nomes como Parsillia e Jorge. O Jorge aparece a crianças e adultos que ficam nervosos na presença de anjos. O Jorge aparece primeiro como um papagaio multicolorido. E só depois, tal como me é explicado com regularidade, deixa de ser um papagaio e torna-se apenas no seu amigo. O Jorge tem aparecido muito a pessoas em alturas de grande stress.
A primeira pessoa a ver o Jorge foi uma menina de 11 anos chamada Jamie. Ela e a mãe vieram de New Jersey porque ela tinha uma escoliose bastante acentuada, que desfigurava o corpo desta inteligente e bonita menina. Quando a Jamie terminou a sessão dela, informou-me e à mãe dela: “Acabei de ver um pequeno papagaio de muitas cores. E ele disse-me que se chamava Jorge. Mas depois deixou de ser um papagaio. Nem sequer era uma forma de vida.” Forma de vida: aqui está uma expressão para uma criança de 11 anos. “E depois ele tornou-se meu amigo.”
Nos dois ou três meses seguintes foram vários os pacientes que viram o Jorge, sendo que nenhum deles sabia da existência do Jorge, porque, como com todos os anjos, eu guardo os nomes e descrições confidenciais por forma a não influenciar as experiências dos outros. (Mesmo ao escrever isto alterei os nomes do Jorge e da Parsillia para proteger os que são puramente inocentes.)
A coluna da Jamie estava quase, embora não totalmente, corrigida pela terceira sessão, após a qual regressou a New Jersey. Falei com ela algumas vezes depois disso. Ela parece estar bem. E, de vez em quando, ainda tem novidades do Jorge.
A Parsillia, por outro lado, surge com mensagens específicas. Primeiro, ela deixa as pessoas saber que irão curar-se. Depois disso, ela informa que, se for curado, deverá ir à televisão e “espalhar a notícia”. Suponho que ela poderia ser chamada do nosso Anjo de Relações Públicas.
A primeira pessoa a ver a Parsillia foi uma mulher do Oregão chamada Michele. Michele tinha-me visto durante uma entrevista no canal da NBC numa das minhas primeiras aparições em frente das câmaras. Na altura ela pesava cerca de 45 kg. Sofria de Síndroma de Fadiga Crónica e Fibromialgia. Não tinha apetite e até ao engolir tinha dores. Não era capaz de se levantar de uma cadeira e ir até à casa de banho sem ajuda. Para tornar as dores toleráveis, tinha de ser transportada da cama e colocada debaixo do chuveiro com água quente umas quatro vezes ao longo da noite. Se ela pegasse nos filhos e conduzisse durante uma hora até casa da mãe, tinha de ficar lá, acamada, durante três dias, até ser capaz de guiar de regresso a casa. Inevitavelmente não tinha emprego. E o seu filho de seis anos tinha de preparar o jantar para o irmão de três anos: sandes de manteiga de amendoim.
Michele, como a maioria dos meus pacientes, nunca tinha visto antes um anjo nem ouvido vozes. Demorou três dias até conseguir perceber o nome do anjo. Parsillia disse-lhe que ela iria ficar curada e que deveria espalhar a palavra através da televisão. Aproximadamente um ano depois ela era convidada, ao meu lado, num programa televisivo. Ela esbanjava sorrisos – e também algumas lágrimas. O peso dela é agora normal, com uma compleição saudável, tem um trabalho a tempo inteiro e faz exercício físico com frequência. Ah! E cozinha para toda a família todas as noites. Acabaram-se as sandes de manteiga de amendoim.
Outro visitante que os pacientes vêem é um homem de cabelos brancos, bigode branco e bata branca. Outras vezes ele aparece com um robe e a cabeça tapada.
Debbie, uma mãe de três filhos da Califórnia do Sul, foi a primeira a ver este anjo (cujo nome desconhecemos). Ela tinha sido diagnosticada em Março de 1995 com cancro do pâncreas terminal, o mesmo cancro que tirou a vida ao actor Michael Landon. Foi-lhe dito que talvez tivesse dois meses de vida. As suas experiências incluíram ser elevada para fora do seu corpo, viajar através de um túnel, ver faíscas de azul turquesa e, por fim, ser envolvida por luz branca. Debbie teve a experiência do homem de cabelos brancos das duas maneiras. Da primeira vez, encontrou-o de robe e cabeça tapada. Ele tocou-lhe no pulso, enviando uma descarga de energia por todo o seu corpo. Depois disto, ele fez uma vénia e afastou-se, deixando-a na presença de uma luz muito brilhante e invulgarmente acolhedora. Os olhos encheram-se-lhe de lágrimas. A seguir, ela deu por si num túnel a viajar através da galáxia, a sentir “coisas” a abandonar o corpo dela através dos pés e da cabeça.
Na segunda ou terceira sessão de Debbie, o tumor previamente inoperável encontrava-se 80% mais pequeno. Aproximadamente oito meses mais tarde, os médicos dela consideraram que ela estava capaz de aguentar a intervenção cirúrgica para remover os restantes 20% do tumor. Mesmo antes da data da operação, ela regressou para mais uma sessão. Um dia e meio depois, ela foi para o hospital em expectativa. Depois de alguns testes, contudo, foi mandada para casa. Sem cirurgia. Aparentemente, no dia e meio depois da nossa sessão, o tumor dela tinha desaparecido completamente. Não restava nada a não ser tecido cicatrizado.
Como aparte, a Debbie regressou para outra sessão em Novembro. Durante esta sessão ela sentiu gotas de água a cair no lado direito da cara. A seguir, o homem de cabelos brancos e bigode reapareceu, desta vez usando a sua longa bata branca, que esvoaçava atrás dele. E depois ele simplesmente esvoaçou.
Com frequência, os pacientes vêem também um círculo de médicos com batas brancas, a verificar e guiar as curas. Podem ser vistos a conversar no círculo, e contudo não se consegue ouvir o que dizem. Ou uma jovem índia americana que coloca uma pulseira de cabedal com ornamentos quadrangulares brilhantes sobre a testa do paciente. Com alguma frequência também vêem um índio americano, ainda jovem, que permanece em pé na sala. (Ainda não temos a certeza se é um chefe ou um shamã.) Outro visitante é um anjo muito bonito e alto, muitas vezes descrito como medindo cerca de dois metros e meio de altura, com enormes asas de penas brancas. Dizem-me que ele se mantém atrás de mim com os seus braços à volta da minha cintura, a espreitar por cima do meu ombro direito, guinando em silêncio as minhas mãos. Muitos destes anjos parecem ter os seus odores específicos: flores, incenso, e ervas – em particular alecrim.
Depois veio Jered. Jered tinha quatro anos quando a sua mãe o trouxe até mim. Com uma armação metálica à volta dos joelhos que já não estava a surtir qualquer efeito, os seus olhos olhavam simultaneamente em direcções opostas e, contudo, não focavam nada. Não saiam quaisquer palavras da sua boca. E, no silêncio, existia apenas o fluir constante de saliva. A luz do Jered tinha sido reduzida a uma expressão vazia que mostrava apenas resquícios do ser belo que no passado tinha existido.
O Jered estava a perder a cobertura de mielina no cérebro. Sofria uma média de cinquenta ataques epilépticos por dia. A medicação tinha sido capaz de reduzir o número de ataques para cerca de 16 por dia. Enquanto ele permanecia sem qualquer movimento na marquesa, a mãe dele explicou-me que no último ano ela apenas observou, impotente, a sua deterioração rápida. Na altura da primeira visita, ela tinha consigo não a criança que conhecera outrora mas aquilo a que se poderia descrever apenas como uma “amiba”.
Durante a primeira sessão do Jered, sempre que a minha mão se aproximava do lado esquerdo do cérebro, ele sentia a sua presença e tentava agarrá-la. “Olhe, ele sabe onde está a sua mão. Ele quer agarrá-la. Ele nunca fez isto” dizia a mãe dele com uma surpresa cheia de esperança. “É aí que a mielina está a desaparecer” acrescentava ela. O Jered tornou-se tão activo que, no final da primeira sessão, a mãe teve de se sentar ao lado dele na marquesa, segurando-lhe carinhosamente as mãos, entoando canções para crianças daquele jeito que só uma mãe sabe cantar, como a tradicional “Twinkle, Twinkle little star” (“Brilha, brilha pequena estrela”). No dia da primeira sessão do Jered, os ataques violentos de epilepsia pararam. Completamente.
Na segunda sessão do Jered, ele tentou agarrar as maçanetas das portas e começou a girá-las. A sua visão tinha melhorado e era agora capaz de focar objectos. À saída da minha clínica, ele apontou para um arranjo de flores na recepção: “Flores”, disse ele a sorrir. Todos ficaram com as lágrimas nos olhos.
Nessa noite o Jered foi apanhado a recitar as letras do alfabeto com uma apresentadora de televisão na Roda da Fortuna. E antes de ir dormir, esta criança que antes não dizia uma palavra, olhou para a sua mãe e disse: “Mãezinha, canta-me uma canção”. Cinco semanas mais tarde, o Jered estava de novo na escola. No recreio. A apanhar bolas.
Será que o Jered viu um anjo? Ele nunca o afirmou, mas eu sei que ele o viu. Este anjo conduziu-o durante uma hora até à minha clínica e outra hora de regresso a casa, sentou-se ao seu lado na marquesa e com muito amor cantou-lhe: “Brilha, brilha pequena estrela” como só um anjo seria capaz de cantar.
Acabei por ter de me voltar para o meu interior para descobrir a maioria das minhas respostas. As minhas duas maiores preocupações eram: primeiro, que eu nunca conseguia prever a resposta dos pacientes e, logo, não podia prometer nada a ninguém, e, segundo, que eu iria ter altos e baixos nas energias que duravam entre três dias a três semanas.
Sempre fui o tipo de pessoa que gosta de ter as rédeas e que consegue sempre o que quer que seja que decida fazer. Enquanto outros mantinham a atitude de esperar para ver, eu preferia dominar, manipular e controlar os resultados de qualquer situação. Obstáculos que pareciam intransponíveis para outros tornavam-se invisíveis para mim, de maneira que seguia em frente e conseguia resultados. A expressão mais galante que se poderia dizer de alguém como eu seria: “se é para ser feito, sê-lo-á.” Se eu quero que algo aconteça, eu farei com que aconteça, e que nenhum tipo indeciso e fatalista se meta à minha frente. Imaginem então a minha surpresa quando caiu sobre mim a constatação de que para estas curas acontecerem de maneira célere, eu tinha de me afastar e desistir de comandar, ficar na segunda fila e deixar que um poder maior fosse o guia. Quem é que está a dizer isto? Pensava eu. Não posso ser eu.
Mas era a verdade. Não só a energia sabia onde ir, e o que fazer, sem qualquer instrução da minha parte como quanto mais eu afastava a minha atenção do resultado mais poderosa era a resposta. As curas mais extraordinárias aconteceram enquanto eu pensava na lista das compras. A audácia!
Recebe, não dês.
Quem disse isto? Perguntava eu, vasculhando os cantos mais escuros da minha mente como se conseguisse ver alguma coisa aí. Sou a pessoa errada para este tipo de conselho. O meu ego estava ainda a recuperar deste “sai da frente e deixa que um poder maior seja o guia.” Como posso realizar estas curas nas pessoas se eu não as posso controlar?
Recebe, não dês.
Eu ouvi-te da primeira vez. Agora responde à minha pergunta, retorqui mentalmente.
Silêncio.
(O silêncio consegue mesmo mexer comigo por vezes.)
Entrei na sala para ver a paciente seguinte. Na esperança de não estar a prestar um mau serviço, e grato por ela não poder ler a minha mente e descobrir a hesitação e incerteza que lá ia, comecei por abrir as mãos, próximo dos pés dela. Eu recebia da paciente através das minhas mãos. Eu recebia dos céus através da minha cabeça. Era amoroso, exigia humildade e gerava confusão. Sentia-me desfasado. E depois vi a paciente a começar a responder. E senti que estava tudo bem.
Nessa altura, abracei por completo o conceito que tinha andado a fermentar em mim, mas que ainda não compreendia na totalidade: eu não sou o curador, só Deus é que cura, e, por algum motivo, fosse eu um catalisador ou um vaso condutor, um amplificador ou intensificador, escolha a palavra mais apropriada, eu sou convidado a estar presente na sala.
A sessão chegou ao fim. A paciente tinha visto as mesmas cores espectaculares e ouvido os tons exóticos que outros pacientes vêem e ouvem. Também ela tinha visto dois anjos frequentemente descritos por outros pacientes como estando presentes durante o processo de cura. O seu problema, uma mistura de Síndrome de Fadiga Crónica, fibromialgia e colite, desapareceria depois desta sessão. Apesar de não colocar a sua vida em risco, tinha perseguido a sua vida nos últimos oito anos. Ela levantou-se da marquesa e disse: “Obrigado!”
Eu respondi: “Não me agradeça. Eu não fiz nada.” E ela respondeu: “Claro que fez,” sem perceber. “Nada teria acontecido se não tivesse colocado as suas mãos sobre mim.”
Pensei que talvez aquela pessoa sentada numa nuvem não tivesse feito asneira no fim de contas. Talvez eu tenha sido eleito para este dom porque não uso um robe e turbante, porque não penduro tapeçarias nem queimo incenso, porque não ando descalço a comer tigelas de porcarias com dois pauzinhos. Talvez porque sou acessível e falo com um vocabulário simples. Ou talvez seja porque eu tenho uma capacidade de encontrar formas loucas de explicar as coisas que ainda eu mesmo não compreendo muito bem.
“É assim”, expliquei-lhe, procurando uma analogia simples e compreensível para uma rapariga cujo conceito de sincronicidade espiritual era de que Melrose Place era ao mesmo tempo o nome da rua em Los Angeles onde a minha clínica se encontrava e também o nome de uma série de televisão… “É como se tivesse acabado de comer um maravilhoso batido de chocolate… e agora está a agradecer à palhinha pela qual o bebeu.”
Ela riu-se.
Acho que ambos compreendemos.
O Eric Pearl tem aparecido em programas da televisão norteamericana, como os shows da Leeza Show, Sally Jessy Raphael, The Other Side e muitos outros. As curas dos seus pacientes foram documentadas em seis livros até à data: Hot Chocolate for the Mystical Soul; Chicken Soup for the Alternatively Healed Soul; More Hot Chocolate for the Mystical Soul; Hot Chocolate for the Mystical Teenage Soul; Are You Ready for a Miracle with Angels? E o livro do próprio Eric: A Reconexão: Cura os outros, cura-te a ti mesmo (Albatroz).
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